O verão chegou: veja quais são as doenças mais comuns da estação e como evitá-las


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Embora seja a estação preferida de quem adora sol, calor, praia ou cachoeira, o verão pode facilitar o surgimento de muitas doenças – principalmente dermatológicas. A falta de protetor solar, desidratação causada pela baixa ingestão de líquidos e excesso de exposição ao sol, água parada transformada em criadouro de mosquitos e o contato com superfícies molhadas compartilhadas podem transformar as férias ideais em um incômodo temporário podendo evoluir para um quadro de saúde grave. Por isso, antes de aproveitar tudo o que o verão tem a oferecer, confira quais são as doenças mais comuns e como evitá-las.

Dengue

O vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti pode causar manchas avermelhadas pelo corpo a partir do 5º dia, febre altas – acima de 38ºC – que duram de dois a sete dias, coceira, dores nas articulações ou músculos. A dengue ainda não tem um tratamento específico, mas é extremamente importante não tomar medicamentos sem prescrição, pois algumas fórmulas podem reagir de forma negativa em contato com o vírus. De modo geral, quem é diagnosticado deve permanecer em repouso e ingerir bastante líquido.

Como evitar? - Existem quatro tipos de dengue, portanto é possível pegar mais de uma vez. O jeito mais comum de não atrair o “mosquito da dengue” é eliminando água parada de vasos, pneus e piscinas em desuso ou colocando água sanitária quando não tem outra saída. O repelente, principalmente durante o dia – o horário em que eles mais atacam – também pode ajudar. Essas ações podem ainda prevenir a incidência de Zika Vírus e Chikungunya – transmitidos pelo mesmo mosquito.

Conjuntivite

Altamente contagiosa, os sintomas da conjuntivite se caracterizam pela vermelhidão nos olhos, sensação de que tem areia, coceira, secreção, inchaço, fotofobia e pálpebras coladas ao acordar. A conjuntivite é transmitida pelo ar ou pelo contato com superfícies contaminadas. Quando viral, o tipo mais comum, pode haver contaminação até mesmo por meio de tosse e espirros. No entanto, a conjuntivite bacteriana é o tipo mais perigoso.

Como evitar? - Para prevenir essa doença é importante não compartilhar toalhas de rosto, maquiagem, pincéis e fronhas, evitar aglomerações e piscinas compartilhadas, higienizar bem as mãos e os olhos com frequência.

Otite

Todas as inflamações no ouvido são chamadas de otite. A mais comum no verão é a otite externa, causada pelo contato de água contaminada no ouvido por mergulhos em piscina, mar ou rio, ou pelo uso excessivo e errado do cotonete. Ela é caracterizada por dor de ouvido, febre, dor de cabeça, zumbido ou pressão no ouvido, problema de audição e equilíbrio, e tontura. Essa doença é mais comum em crianças, mas pode acometer pessoas de qualquer idade.

Como evitar? - Ao nadar, utilize protetores macios de ouvido. Procure também não introduzir objetos que possam te machucar para coçar o ouvido – inclusive, é preciso tomar muito cuidado com cotonete e só limpar a parte externa.

Intoxicação alimentar

O calor também aumenta as chances de intoxicação alimentar. Isto porque é preciso tomar mais cuidado com o armazenamento de alimentos, que possibilitam a proliferação de vírus e bactérias caso não estejam frescos ou guardados de maneira correta. Como a estação também é a favorita para ir à praia ou viajar, nem sempre é possível manter uma alimentação balanceada ou saber a procedência do que é ingerido.  

Como evitar? - Prefira frutas e alimentos frescos, evite comidas pré-cozidas e fritas, e preste muita atenção ao lugar em que você come: os funcionários estão bem equipados e com os cabelos presos? O restaurante é limpo? Se a comida estiver com gosto suspeito ou a água estiver com cheiro ou cor diferente, não ingira.

Doenças dermatológicas

Também é importante se prevenir de doenças cutâneas ao ir a praias e locais públicos. Micoses da pele e das unhas (ou onicomicose) são muito comuns nesta época por conta da umidade – por isso, é importante manter a higiene, não compartilhar toalhas e secar bem o corpo para evitar a proliferação de fungos. Ao entrar em contato com areia seja de fezes de cachorros, pode haver contaminação de larva migras – conhecido como bicho-geográfico. Ainda é preciso tomar cuidado com queimaduras de água viva e a presença ouriços do mar.

Como evitar? - Prefira caminhar com sapato e evite se sentar diretamente no chão de praias ou clubes. Ao sair da água, seque-se completamente, principalmente em dobras como axila e virilha. Mantenha uma boa higiene da pele, unhas e cabelos. Caso perceba a presença de parasitas ou queimaduras, procure ajuda médica imediatamente.

Cuidado com o sol!

Não há nada mais comum no verão do que a insolação e a desidratação. Além de queimaduras na pele, o contato excessivo com o sol forte pode causar dor de cabeça, tontura, vômito ou enjoo, palidez, desmaio e ausência de suor – no caso de insolação. Já os sintomas da desidratação – quando não há a ingestão de líquido adequado – são sonolência e cansaço anormais, vômito, diarreia com sangue, pele seca, olhos fundos e corpo muito quente.

Como evitar? - Ingira muito líquido – de preferência água ou suco natural. Aplique filtro solar 30 minutos antes de ter contato com o sol e ao suar ou sair da água. Prefira ficar à sombra, mas também utilize chapéu, boné e roupas para minimizar a exposição e as queimaduras na pele.  

Por: Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque (CRM: 40.137) | Fonte: GNDI