Obesidade é uma doença crônica definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo, em quantidade que oferece riscos à saúde.
Ela é diagnosticada usando o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) – uma referência internacional que mede a divisão do peso (kg) pela altura (m) da pessoa ao quadrado: uma pessoa é considerada com obesidade quando esse cálculo do IMC é 30 ou mais.
Por exemplo: uma pessoa que pesa 93 quilos e mede 1,75 metro. A primeira coisa a fazer é multiplicar a altura pela própria altura: 1,75 vezes 1,75 = 3,0625. A seguir, você divide o peso pelo resultado anterior: 93 dividido por 3,0625 = 30,367. O IMC é de 30,3, portanto, essa pessoa está com obesidade. Caso o IMC esteja entre 25 e 29,9, a pessoa também está acima do peso, mas nesse caso é considerado sobrepeso.
Estima-se que 21,8% dos homens e 29,5% das mulheres no Brasil tenham obesidade. Se considerada também a população com excesso de peso, o país supera a marca de 60% dos adultos fora do peso ideal, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a World Obesity Federation, cerca de 770 milhões de pessoas no mundo vivem com obesidade.
Riscos da obesidade
Diversas doenças estão associadas à obesidade, como pressão alta, diabetes, problemas nas articulações, gota, refluxo esofágico, dificuldade respiratória, pedra na vesícula e alguns tipos de câncer. Há também associação com questões psicológicas, como depressão, ansiedade e alterações na autoestima.
A obesidade pode comprometer de forma ampla a qualidade de vida, aumentando o risco de doenças potencialmente fatais e limitantes.
A hipertensão arterial, por exemplo, gera em torno de 1 milhão de atendimentos ambulatoriais e internações no SUS por ano. Estima-se que a doença cause 388 mortes por dia no país. O diabetes também pode levar a complicações relevantes, como catarata, pé diabético, problemas arteriais, amputações e doença renal.
Causas e tratamento da obesidade
Embora as causas da obesidade possam ser diversas, os maus hábitos alimentares e o sedentarismo são fatores determinantes e frequentemente presentes. Disfunções endócrinas, como o hipotireoidismo, podem contribuir para o surgimento da doença.
A prevenção e o tratamento da obesidade estão associados a mudanças de estilo de vida, a prática regular de exercícios, uma dieta com frutas e vegetais, e um baixo consumo de alimentos processados, que são ricos em gordura e açúcares.
As cirurgias bariátricas, procedimento para redução de estômago, têm sido aperfeiçoadas nos últimos anos e viabilizam perdas de peso relevantes, mas sua indicação depende dos fatores de risco e avaliação médica.
Cerca de 100.000 procedimentos são realizados anualmente no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o que torna o país um dos mais adeptos à cirurgia no mundo. É importante destacar que, para potencializar os resultados e torná-los duradouros, o paciente deve receber atendimento multidisciplinar para consolidar mudanças no estilo de vida.
Também existem medicamentos usados no tratamento da obesidade, com mecanismos que vão desde a redução do apetite até alterações metabólicas.
São fundamentais a orientação e o acompanhamento médico especializado para que a melhor estratégia terapêutica seja adotada em cada caso, considerando também o momento do paciente e sua evolução em relação ao tratamento.
Revisão Médica: João Roberto Resende Fernandes*
*Médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico e preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.
Fonte: Vida Saudável