Veja quem está mais propenso a desenvolver esses problemas de saúde
As causas que levam a uma cirurgia de quadril podem ser diversas, mas existem alguns pontos que devemos prestar atenção. Há doenças em que a pessoa nasce com algumas alterações no quadril e que vão exigir uma cirurgia no futuro.
As doenças
Displasia do quadril - Por exemplo, a displasia do quadril - antigamente chamada de luxação congênita do quadril. Por algum motivo, lá na 12ª, 14ª semanas de vida do feto, ainda na sua formação, as células que ainda estão crescendo sofrem alterações, dividindo-se, formando-se, diferenciando-se, e o quadril - também em formação nesse período - se desenvolve sob os efeitos disso, ou seja, com alterações.
Doença de Legg-Calvé-Perthes - Existem outras doenças ligadas ao quadril, que são do desenvolvimento. Dos três aos doze anos de idade, algum fator de circulação pode acarretar na falta de sangue na cabeça do fêmur, gerando uma necrose, conhecida como doença de Legg-Calvé-Perthes.
Descrita por três autores, a condição pode ser associada a uma planta cuja raiz não consegue absorver água. Seguindo essa analogia, a planta pode murchar, sofrer alterações, interromper a formação e gerar sequelas. Uma vez tratado ou diagnosticado com antecedência, evita-se cirurgias posteriores e de maior gravidade.
Epifisiólise - Um terceiro caso mais popular entre o público infantil ocorre já na fase de crescimento, dos 6 aos 14 anos de idade, em que a cabeça do fêmur escorrega na bacia, uma condição chamada epifisiólise. Didaticamente, é como se uma bola de sorvete (cabeça do fêmur) escorresse pela casquinha (epífise, uma região do fêmur), isto é, trata-se da cabeça do fêmur caindo sobre ela mesma.
Osteonecrose da cabeça do fêmur - Dessa forma, por se tratar de uma situação de origem hormonal, alguns tipos genéticos têm mais predisposição ao quadro, como indivíduos muito abaixo do peso ideal, longilíneos, pessoas de estatura acima da média ou obesas de baixa estatura, que acarretam uma sobrecarga nessa região do osso que ainda está em crescimento.
Existem, ainda, as doenças do próprio envelhecimento, desencadeadas a partir de um problema de vida ou uma alteração que teve um impacto maior nas articulações. É o exemplo da osteonecrose da cabeça do fêmur, comumente associada ao uso excessivo de corticoides, ao consumo exacerbado de álcool e, atualmente, até ao uso de medicamentos antirretrovirais relacionados à aids.
Nesses casos, ocorre a destruição da articulação, que requer um período de repouso, de análise e precede algumas cirurgias simples, como descompressão, até uma última medida definitiva, a prótese de quadril.
Artroses do quadril - Esses desgastes, estimulados por diversos fatores de vida ou genéticos, podem levar a uma necessidade cirúrgica. É o exemplo das artroses do quadril, como aconteceu no famoso caso do ex-tenista Guga Kuerten.
O atleta desenvolveu um quadro de artrose acompanhado de um problema de cartilagem, das articulações amortecedoras que compõem o labrum. A boa notícia é que é possível evitar esse desgaste através de uma intervenção prematura e diagnóstico precoce.
Outras possibilidades de tratamento
Em alguns casos, ainda é possível aplicar tratamentos de infiltração com ácido hialurônico, com PRP (Plasma Rico em Plaquetas) e artroscopias de quadril. Tratam-se de procedimentos que previnem intervenções mais fortes, como a prótese, por exemplo.
Portanto, a métrica das cirurgias de quadril se alinharia no diagnóstico precoce de grupos, desde o nascimento até o desenvolvimento do jovem adulto e no período de envelhecimento do idoso.
Nessa direção, existem tratamentos que variam de cirurgias menores, minimamente invasivas, até procedimentos finais, dedicados aos quadros de ausência de um diagnóstico precoce, do envelhecimento ou da destruição completa da articulação.
Por: Dr. Cléber Furlan*
*Médico ortopedista - CRM 113212/SP
Fonte: Minha Vida