A discriminação contra a terceira idade pode afetar a maneira como envelhecemos, além de atrapalhar a qualidade de vida dos idosos
“Você não tem mais idade para isso”. “Lugar de velho é em casa”. “Já está ficando gagá”. Ao atingir os 60 anos, ouvir frases como essas pode virar parte da rotina de muita gente. Isso acontece devido à intolerância ainda latente que a sociedade tem com pessoas da terceira idade.
Reprimir o envelhecimento e adotar hábitos “anti-idade” está cada vez mais comum. E essa discriminação tem nome: etarismo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, esse tipo de preconceito se manifesta em situações sutis, como esconder a própria idade, e também em casos mais explícitos, como negar vagas de emprego para pessoas mais velhas, por exemplo.
Boa parte dessa intolerância se dá pelos estereótipos relacionados à terceira idade. Afinal, na maioria das vezes, pessoas idosas são vistas como pouco saudáveis, ruins de memória, incapazes de realizar esforço físico ou tarefas simples do dia a dia, entre outras características consideradas inferiores pela sociedade.
Além disso, é bastante comum ver pessoas equiparando idosos com crianças, reduzindo, assim, todas as experiências adquiridas por eles ao longo da vida a uma fase de aprendizado inicial e dependência constante.
Essa visão equivocada acaba afetando consideravelmente as pessoas mais velhas, física e psicologicamente. Isso porque elas podem se sentir afastadas do convívio social, ficando mais deprimidas e, muitas vezes, negligenciando a própria saúde.
Para romper com esse ciclo e enxergar a terceira idade como ela realmente é, precisamos adotar atitudes pró-idade em todas as fases da vida.
Cuidar da saúde também é pró-idade
Cuidar do corpo e da mente é essencial para alcançar um envelhecimento saudável e ativo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, “envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”.
Dentro desse conceito, para atingir o bem-estar físico, mental e social na terceira idade, é preciso que a pessoa tenha: autonomia, independência, qualidade de vida e expectativa de vida saudável. Claro que essas vertentes devem ser asseguradas por políticas públicas, porém, existem algumas atitudes individuais que ajudam a conquistá-las com confiança.
Para romper com esse ciclo e enxergar a terceira idade como ela realmente é, precisamos adotar atitudes pró-idade em todas as fases da vida.
E cuidar da própria saúde é uma delas! O primeiro passo é seguir uma rotina regular de exercícios físicos, especialmente os aeróbicos e de musculação. A alimentação saudável também é fundamental, com uma boa ingestão de proteínas, para auxiliar no ganho de massa muscular, e atenção especial às vitaminas - pois é comum apresentar déficit de vitamina D e B12 nessa faixa etária. Nesses casos, a suplementação pode ser uma boa saída
Por: Hellen Cerqueira*
*Analista editorial
Fonte: Minha Vida